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Mundo Cristão e Novidades

Informações e Novidades sobre o mundo cristão

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Revista Cristã - O Perigo das Seitas (Gratuita)

O Perigo das Heresias e dos grupos sectários do Mundo Moderno.

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 Uma Seita ou “Secta” como está no latim, é um grupo religioso que difere das doutrinas fundamentais da fé cristã encontradas nas escrituras e ensinadas por Jesus e seus Apóstolos. São grupos que em sua maioria se intitulam como os únicos detentores da “verdade” e muitos deles chegam a ter a audácia de dizer que fora deles não há salvação.

Além de exclusivistas, os mais radicais como documentados por apologistas brasileiros, chegam ao ponto de privar seus membros do convívio com seus familiares. Seus métodos são desde o proselitismo à manipulação mental e comportamental.

Nesta Edição, disponibilizaremos alguns artigos sobre o tema, visando nos ajudar a compreender e nos prevenir do engano destes grupos e de suas heresias maléficas.
Boa Leitura.
Graça e Paz

Baixar Gratuitamente - Revista O Perigo das Seitas

A Regeneração Precede a Fé

Um dos momentos mais dramáticos em minha vida, na formação de minha teologia, ocorreu em uma sala de aula de um seminário. Um de meus professores foi ao quadro negro e escreveu estas palavras em letras garrafais:

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A regeneração precede a fé
 
Aquelas palavras foram um choque para o meu sistema. Eu tinha entrado no seminário crendo que a obra principal do homem para efetivar o novo nascimento era a fé. Eu pensava que nós tínhamos que primeiro crer em Cristo, para então nascermos de novo. Eu uso as palavras "para então" aqui por uma razão. Eu estava pensando em termos de passos que deviam ocorrer em uma certa seqüência. Eu colocava a fé no princípio. A ordem parecia algo mais ou menos assim:
 
"Fé - novo nascimento - justificação."
 
Eu não tinha pensado sobre esse assunto com muito cuidado. Nem tinha atentado cuidadosamente às palavras de Jesus a Nicodemus. Eu presumia que mesmo sendo um pecador, uma pessoa nascida da carne e vivendo na carne, eu ainda tinha uma pequena ilha de justiça, um pequeno depósito de poder espiritual remanescente em minha alma para me capacitar a responder ao Evangelho sozinho. Possivelmente eu tinha sido confundido pelo ensino da Igreja Católica Romana. Roma, e muitos outros ramos do Cristianismo, tem ensinado que a regeneração é graciosa; ela não pode acontecer aparte da ajuda de Deus.
 
Nenhum homem tem o poder para ressuscitar a si mesmo da morte espiritual. A divina assistência é necessária. Esta graça, de acordo com Roma, vem na forma do que é chamado graça preveniente. "Preveniente" significa que ela vem antes de outra coisa. Roma adiciona a esta graça preveniente o requerimento de que devemos "cooperar com ela e assentir diante dela", antes que ela possa atuar em nossos corações.
 
Esta concepção de cooperação é na melhor das hipóteses uma meia verdade. Sim, a fé que exercemos é nossa fé. Deus não crê por nós. Quando eu respondo a Cristo, é a minha resposta, minha fé, minha confiança que está sendo exercida. O assunto, contudo, se aprofunda. A questão ainda permanece: "Eu coopero com a graça de Deus antes de eu nascer de novo, ou a cooperação ocorre depois?" Outro modo de fazer esta pergunta é questionar se a regeneração é monergista ou sinergista. Ela é operativa ou cooperativa? É eficaz ou dependente? Algumas destas palavras são termos teológicos que requerer maior explanação.
 
Monergismo e Sinergismo
 
Uma obra monergística é uma obra produzida por uma única pessoa. O prefixo monosignifica um. A palavra erg refere-se a uma unidade de trabalho. Palavras como energia são construídas com base nessa raiz. Uma obra sinergística é uma que envolve cooperação entre duas ou mais pessoas ou coisas. O prefixo sun significa "juntamente com".
 
Eu faço esta distinção por uma razão. O debate entre Roma e Lutero foi travado sobre este simples ponto. A questão era esta: A regeneração é uma obra monergística de Deus ou uma obra sinergística que requer cooperação entre homem e Deus? Quando meu professor escreveu "A regeneração precede a fé" no quadro negro, ele estava claramente tomando o lado da resposta monergística. Depois de uma pessoa ser regenerada, esta pessoa coopera pelo exercício de sua fé e confiança. Mas o primeiro passo é a obra de Deus e de Deus tão-somente.
 
A razão pela qual não cooperamos com a graça regeneradora antes dela agir sobre nós e em nós é que nós não podemos. Não podemos porque estamos mortos espiritualmente. Não podemos assistir o Espírito Santo na vivificação de nossas almas para a vida espiritual, da mesma forma que Lázaro não podia ajudar Jesus a ressuscitá-lo dos mortos.
 
Quando comecei a lutar com o argumento do Professor, fiquei surpreso ao descobrir que o estranho som de seu ensino não era novidade. Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, Jonathan Edwards, George Whitefield - até o grande teólogo medieval Tomás de Aquino ensinaram esta doutrina. Tomás de Aquino é o Doctor Angelicus da Igreja Católica Romana. Por séculos seu ensino teológico era aceito como dogma oficial pela maioria dos Católicos. Então, ele era a última pessoa que eu esperava sustentar tal visão da regeneração. Todavia Aquino insistiu que a graça regeneradora é uma graça operante, e não uma graça cooperativa. Aquino falou da graça preveniente, mas ele falou de uma graça que vem antes da fé, que é a regeneração.
 
Estes gigantes da história Cristã derivaram a visão deles das Sagradas Escrituras. A frase chave na Carta de Paulo aos Efésios é esta: "estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)" (Efésios 2:5). Aqui Paulo localiza o tempo em que a regeneração ocorre. Ela ocorreu "quando estávamos ainda mortos". Com um único raio de revelação apostólica foram esmagadas, total e completamente, todas as tentativas e entregar a iniciativa na regeneração aos homens. Novamente, homens mortos não cooperam com a graça. A menos que a regeneração ocorra primeiro, não há possibilidade de fé.
 
Isso não diz nada de diferente do que Jesus disse a Nicodemus. A menos que um homem nasça de novo primeiro, ele não pode ver ou entrar no reino de Deus. Se nós cremos que a fé precede a regeneração, então nós colocamos nossos pensamentos, e, portanto, nós mesmos, em direta oposição não só aos gigantes da história Cristã, mas também ao ensino de Paulo e do nosso próprio Senhor Jesus Cristo.
 
(do livro, O Mistério do Espírito Santo, Tyndale House, 1990)
 
Meu Comentário:
 
Outras passagens na Bíblia que claramente ensinam que a regeneração precede a fé:
 
1 João 5:1 - "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é o nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido.", João 1:13, Rom 9:16
 
João 6:63,65 "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido".

 

Ciência e Fé Cristã podem conversar?

"A glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinha-las." (Provérbios 25.2)

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 Hoje alguém me perguntou ressabiado se é possível fazer a fé cristã e ciência conversarem. Nada estranho! Afinal, de modo geral, para o nosso tempo, fé em Deus é fé em Deus, e ciência é ciência. Aliás, talvez a maioria das pessoas em nossos dias, contraponha o pensamento cientifico não apenas ao conhecimento de Deus, mas à fé, em geral, como se houvesse uma contradição necessária entre ambos, e uma conversa entre eles fosse algo impossível. Se a pergunta fosse quanto a contradição entre ciência e fé, a resposta voltaria imediatamente em forma de outra pergunta: E quando foi que elas deixaram de se falar? Mas como a pergunta qualificou a fé, o diálogo continua.

 
Apesar deste status quo contemporâneo, à luz de uma cosmovisão cristã não existe uma contradição necessária entre o conhecimento científico e o conhecimento de Deus, isto é, elas não são necessariamente inimigas. Pelo contrário, de acordo com a revelação bíblica, o mundo foi trazido à existência por Deus, e, portanto, está repleto de traços autorais dele. Nas palavras de Davi: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos" (Salmo 19.1). E, nas palavras do Apóstolo Paulo: "os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas" (Romanos 1.20). Isto significa que, o verdadeiro conhecimento científico, ao invés de nos afastar de Deus, deveria nos aproximar dEle. Na perspectiva bíblica, ciência e fé cristã deveriam conversar sempre. Aliás, a ciência moderna nasceu em solo cristão. Schaeffer afirma que os primeiros cientistas modernos alimentavam a convicção, em primeiro lugar, de que Deus proporcionou o conhecimento ao homem através da Bíblia – conhecimentos acerca do próprio Criador e também acerca do universo e da história. A afirmação de Schaeffer se confirma, por exemplo, na declaração de Copérnico, de que estava tentando descobrir o mecanismo do universo, feito para nós por um criador supremamente bom e ordeiro. Os primeiros cientistas tinham a percepção de que as regularidades presentes na realidade apontam para um “projeto inteligente”, e criam ser Deus a origem do mesmo. Eles sabiam exatamente da glória de Deus e da glória dos reis.
 
Então, pergunto: por que tem sido disseminada a ideia de uma contradição necessária entre ciência e fé cristã? Não há espaço nessa pequena reflexão para apontar com a devida abrangência e profundidade todas essas razões; talvez técnicamente até haja, mas poucos leriam até o final. Mas, poderíamos resumir afirmando que isto é uma questão de princípio (cosmovisão). Embora a ciência moderna, cujos princípios estão, de modo geral, ainda vigentes, tenha nascido em solo cristão, ao longo do tempo ela conversou e tornou-se amiga demais de uma cosmovisão materialista, ou naturalista, cuja premissa básica (de fé, diga-se de passagem) é que o mundo material é tudo o que existe, e que qualquer explicação digna do status de “científica” precisa manter-se nos limites da materialidade. Consequentemente, ela passou a excluir qualquer possibilidade de que seja válida uma explicação que considere um ponto de transcendência, isto é, que explique o mundo material, levando em conta algo ou alguém que esteja fora dele. Assim, nasceu a dissociação entre fé cristã e ciência. E, a partir de então, embasada nesta suposta dissociação, e relegando o conhecimento de Deus ao nível de um conhecimento inferior, esta cosmovisão materialista, tem estendido suas asas sobre o conhecimento científico de modo total e abrangente. Em resumo, a irreconciliável inimizade entre ciência e fé cristã não passa de estratégia de batalha, que afasta o inimigo e facilita o domínio territorial.
 
Eis, portanto, minha resposta: não existe uma contradição necessária entre a ciência e o conhecimento de Deus – existe uma contradição necessária entre a ciência materialista e tal conhecimento. No entanto, substituídos os fundamentos, haverá uma eterna conversa entre ciência e fé cristã, pois será possível redescobrir a verdade de que a glória de Deus é encobrir as coisas, mas a glória dos reis é esquadrinha-las.

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- Sobre o autor: Filipe Fontes é ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição – validação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Assunção; Mestre em Teologia Filosófica pelo CPAJ (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper); Mestrando em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
 
Fonte: Monergismo